A representação de imagens está tradicionalmente ligada ao catolicismo. Dessa forma são vinculados aos santos e mártires da Igreja alguns dons que acabam sendo motivo de devoção. Essa forma de representação imagética caracteriza certo vínculo da imagem com as devoções, tais como o “São Sebastião, padroeiro dos motoristas”, ou mesmo a “Santa Cecília, padroeira dos músicos”. Apesar dessa cultura estar tradicionalmente enraizada no Brasil, há casos em que a ligação do sacro ao imagético está possivelmente desassociado de qualquer explicação ou contexto: como a imagem do São Francisco de Penedo estar segurando um violino em posição de execução. O estudo em questão vislumbrou a análise iconográfica da imagem do São Francisco com o violino e uma discussão sobre a sua representação. Inicialmente não encontramos referência a imagem em questão no Museu Sacro do Convento de Nossa Senhora do Anjos, em Penedo, onde se encontra. A análise da iconografia nos revelou tratar-se possivelmente de São Francisco Solano, frade franciscano de origem espanhola que foi designado para catequizar a região do Peru, na América do Sul, tendo em vista a tradição de que a ele é atribuído o dom de usar a música em louvor a Deus. Partindo dessa premissa, investigamos as várias iconografias atribuídas a São Francisco Solano em comparação à imagem do Museu Sacro de Penedo. O cânone da representação sacra do imagético centrou as discussões desse trabalho, bem como a relação com a cidade de Penedo, sua tradição musical e os reflexos percebidos nesse contexto.