Frei Jesuíno do Monte Carmelo (Jesuíno   Francisco de Paula Gusmão), compositor, nasceu em Santos, SP, em   25/3/1764, e faleceu em Nossa Senhora da Candelária de Itu (atual Itu),   SP, em 30/6/1819. A mãe, Domingas Inácia de Gusmão, era sobrinha-neta de   Bartolomeu de Gusmão, o padre-voador. 
        
        
        Pobre e de instrução precária,   cedo começou a trabalhar como pintor, no convívio dos padres carmelitas.   Com o padre mestre do coro aprendeu rudimentos de música e estudou   órgão. 
        
        
        Transferindo-se para a vila de   Nossa Senhora da Candelánia de Itu em 1781, passou a trabalhar como   ajudante do pintor José Patrocínio da Silva Manso, participando também   dos eventos musicais da matriz da vila. 
        
        
        Em 1784, a convite dos   carmelitas, voltou a Santos, para construir um órgão, recebendo pelo   serviço a importância de 54.200 réis. No mesmo ano retornou a Itu, onde   casou com Maria Francisca de Godói, com quem teve quatro filhos: Maria,   Elias, Eliseu e Simão Stock. Por essa época recebeu a empreitada de   pintar a igreja do Carmo. 
        
        
        Viúvo em 1793, dois anos depois   foi convidado para decorar as igrejas carmelitas de São Paulo. Em   setembro de 1797 recebeu as ordens menores como carmelita, adotando o   nome de Jesuíno do Monte Carmelo, e em dezembro do mesmo ano tornou-se   presbítero.
        
        
        Em julho de 1798, voltou a Itu,   onde rezou sua primeira missa. Em 1805 concebeu o plano de ali construir   uma igreja para Nossa Senhora do Patrocínio, e reunir padres numa   congregação sem estatutos. Com o apoio de seus filhos já sacerdotes,   construiu o templo com esmolas e recursos obtidos no Rio de Janeiro RJ,   do príncipe D. João. 
        
        
        Em 1817 a parte interna do   edifício estava concluida. Compôs toda a música para a festa de   inauguração, marcada para 1818 mas adiada, por doença, para o ano   seguinte. Nesse ano de 1818, seu amigo, o padre Feijó, foi residir em   Itu com os padres do Patrocínio. 
        
        
        Dedicando-se à composição musical, escreveu para as festas do Santíssimo e terminou as matinas da Semana Santa. 
        
        
        Com a inauguração prevista para   novembro de 1819, faleceu na noite de 30 de junho, sendo sepultado na   igreja do Carmo. A igreja foi inaugurada a 8 de novembro de 1820 e, mais   tarde, seus restos mortais foram para lá trasladados, tendo o padre   Feijó escrito a oração fúnebre da cerimônia. 
        
        
        Obras 
        
        
        Música sacra: Hino à Virgem Soberana, s.d.; Jesu dulcis memoria, s.d.; Ladainha para coro, s.d.; Laudate Pueri, s.d. Matinas do Menino Deus, s.d.; Matinas de São Pedro, s.d.; Missa, s.d.; Missa solene, s.d.; O Salutaris Hostia, s.d.; Paixão de Sexta-feira Santa, s.d.; Paixão de Domingo de Ramos, s.d.; Pange Língua, s.d.; Procissão das Palmas, s.d.; Sacris Solemnis, s.d.; Te Deum, s.d.; Venite Adoremus, s.d.
        
        
        Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998 - São Paulo.