3° Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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Iconografia, Música e Cultura:
Relações e trânsitos
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Luciane Viana Barros Páscoa
Universidade do Estado do Amazonas - AM, Brasil
(GT RIdIM-Brasil - AM)

«Últimos dias de Carlos Gomes», de Domenico de Angelis e Giovanni Capranesi

Resumo

Em 16 de setembro de 1896 o compositor Carlos Gomes faleceu em Belém, recebendo diversas homenagens. No mesmo ano, o intendente Antônio Lemos encomendou dos pintores Domenico de Angelis e Giovanni Capranesi a criação de uma pintura que aludisse aos últimos momentos de vida do compositor. Esta obra ficou pronta em 1899, ocasião em que foi exposta pela primeira vez em Belém. Trata-se de uma pintura acadêmica histórica, que procura apresentar em aspecto narrativo personagens reais num ambiente ficcional e alegórico. Esta obra aborda a representação da morte do compositor, rodeado por vinte e duas figuras masculinas que são identificadas como personagens históricos, tais como jornalistas, músicos, políticos, militares, um representante da Igreja e os próprios artistas que assinam a obra e se autorretratam. Na composição pictórica, além do retrato de Carlos Gomes, observam-se mais três elementos de iconografia musical: o piano do compositor, a partitura da ópera Il Guarany, e um quadro de gênero que cita o painel parietal Peri e Ceci do Salão Nobre de Teatro Amazonas, realizado pelos mesmos artistas italianos.  A ópera Il Guarany foi levada aos palcos líricos europeus a partir de 1870 com grande sucesso, tornando-se uma das obras artísticas do século XIX que mais se identificou com o desejo nacionalista brasileiro. Vale ressaltar que as imagens de Carlos Gomes geralmente são associadas à sua obra, e este aspecto composicional pode ser visto na pintura Últimos dias de Carlos Gomes, e também na fotografia de Felipe Fidanza, que retrata o compositor em seu leito de morte. Pretende-se apresentar um estudo iconográfico musical da pintura que integra o acervo do Museu de Arte de Belém, relacionando os aspectos estéticos e simbólicos da representação da morte de Carlos Gomes com a construção do culto à sua personalidade e à permanência de sua música, notadamente Il Guarany, no repertório brasileiro.

 

Breve Biografia

Possui graduação em Artes Plásticas e em Música pela UNESP, mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997) e doutorado em História Cultural pela Universidade do Porto (2006). É professora da Universidade do Estado do Amazonas, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes, e no curso de Música, no qual ocupa as cadeiras de Estética e História da Arte e Filosofia da Arte. Ainda nesta instituição, realiza atividade de pesquisa no Laboratório de Musicologia e História Cultural, no qual coordena a área de projetos, dentre os quais se destacam patrocínios importantes junto a instituições de projeção nacional, como Petrobras, com o projeto Ópera na Amazônia no período da borracha (1850-1910). É líder do grupo de pesquisa Investigações sobre memória cultural em artes e literatura, do PPGLA da UEA. É autora do livro Artes Plásticas no Amazonas: o Clube da Madrugada, Editora Valer (2011) e do livro Álvaro Páscoa: o golpe fundo, Edua (2012). Colabora com a revista de arte contemporânea  portuguesa Umbigo. Atua principalmente nos seguintes temas: história da arte, arte luso-brasileira, iconografia musical, iconografia da dança e do espetáculo, iconologia.
É membro ativo do Grupo de Trabalho RIdIM-Brasil sediado em Manaus, AM.

 

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